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Figo da Índia

A planta Opuntia Ficus-Indica é originária do México, encontrando-se amplamente distribuída pela América Central, América do Sul, África do Sul e países mediterrâneos. Ela é popularmente designada por figueira-da-índia.

É uma planta tropical ou subtropical que cresce de forma selvagem em regiões áridas e semi-áridas de todo o mundo, devido ao facto de possuir mecanismos adaptativos especiais e elevada capacidade de produção de biomassa, o que lhe permite crescer em condições adversas, tais como, altas temperaturas, solos pobres e terrenos secos e rochosos.
Esta planta é arbustiva, suculenta e ramificada, tem porte variável, podendo ser rasteiro ou arbóreo, constituída por raiz e uma série de caules carnudos, onde se encontram consoante a época as flores e os frutos.

O seu fruto é doce, carnudo, suculento, de forma ovoide, revestido de uma casca grossa e com numerosos pequenos espinhos, podendo apresentar-se de várias cores como branco-esverdeado, amarelo, laranja, vermelho, púrpura, amarelo-arroxeado. Estes frutos possuem uma polpa comestível de aspeto gelatinoso e suculento com numerosas sementes.

Portugal é subespontânea e encontramo-la em valados, escarpas, vedações e sebes, quase por todo o país, exceto nos distritos de Viana do Castelo e Porto, embora a sua principal concentração seja pelo Alentejo e Algarve e já com alguma expressão no interior Centro de Portugal. Nos últimos anos as suas principais utilizações têm sido como barreiras “corta-fogo” e em menor extensão como alimento para animais, estando atualmente a ter um enorme interesse a sua utilização e comercialização do fruto para consumo humano.

O interesse pelo consumo dos frutos deve-se ao seu elevado valor nutritivo, destacando-se como principais elementos físico-químicos e nutricionais os seguintes: água (84% a 90%), açúcares redutores (10% a 15%), sendo os açúcares predominantes a glucose e a frutose, pH relativamente elevado (5,3-7,1), acidez baixa (0,05% a 0,18% em ácido cítrico) conferindo-lhe um sabor doce e agradável. Possuem ainda um elevado teor de aminoácidos livres, nomeadamente prolina, glutamina, taurina e serina, os lípidos representam cerca de 8,70 g peso total/kg, sendo este fruto uma fonte rica de ácidos gordos polinsaturados, tal como o ácido linoleico, e de esteróis, tal como o campesterol e o β-sitosterol, são ricos em cálcio (12- 59 mg/100 g), magnésio (16,1 – 98,4 mg/100 g) e potássio (90 – 220 mg/100 g) e (ácido ascórbico (10 – 410 mg/kg) e quantidades vestigiais de outras vitaminas e compostos fitoquímicos com atividade antioxidante.

As ótimas caraterísticas nutricionais e energéticas dos frutos tem motivado a comunidade científica ao desenvolvimento de trabalhos de investigação no intuito de aprofundar e alargar o seu leque de utilizações e aplicações, nomeadamente na alimentação humana e animal, na medicina e na indústria de cosmética.
Atualmente já são usadas muitas receitas de comida, à base dos frutos desta planta, nomeadamente em sumos, saladas, cozidos e aditivos para fabrico de alimentos.

No entanto, o figo da Índia é um fruto sazonal, possui humidade média em torno de 82%, proporcionando condições para o crescimento microbiano. Este elevado teor de humidade torna-os altamente perecíveis, apresentando perdas superiores a 30% após a colheita, quando armazenados à temperatura ambiente, necessitando a utilização de um método de conservação artificial (frio), com o objetivo de diminuir estas perdas.

A desidratação é um dos métodos de conservação mais antigos conhecido pelo homem, sendo um método adequado para obtenção de produtos com perda de 20% a 50% da humidade inicial, com alterações mínimas na cor, textura e valor nutricional. A utilização desta técnica permite a obtenção de diversos tipos de produtos com maior valor acrescentado, e com grandes vantagens na área do embalamento, distribuição, conservação, aumento de tempo de vida útil e um maior leque de utilizações para a alimentação humana. O figo da índia é um fruto que tem um enorme potencial para ser desidratado com vista a obter diferentes tipos de produtos com maior valor acrescentado, tais como farinhas, fatias de figo secas, snakes simples ou com revestimentos. O CATAA, possui competências e know-how e tecnologia, equipamentos laboratoriais e de secagem que lhe permite levar a cabo a realização de trabalhos científicos, de demonstração e de transferência de conhecimento de produção de novos produtos desidratados, para responder aos anseios e interesses dos empresários de produção do figo da índia que recentemente se estão a instalar no País e em particular na região Centro de Portugal.